NameMaj. Remígio Antônio de Cerqueira Leite ![](../img/i_tree.png)
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Nasc Date8/7/1836
Nasc PlaceSão João da Boa Vista, SP
Morte Date13/7/1894 Age: 58
Morte PlaceBrotas, SP
MemoMorreu assassinado.
Sepult. Date14/7/1894
Sepult. PlaceCem. Evangélico de Brotas, SP
Notas
Conhecido como "Remígio Velho" para distingui-lo do sobrinho de mesmo nome. Remígio e Maria Sabina eram primos.
Morreu defendendo a liberdade
Mesmo após a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel em 1888, extinguindo a escravidão no Brasil, vários fazendeiros mantiveram a escravidão em suas propriedades rurais na região de Brotas, SP, em flagrante desrespeito à lei.
O major Remígio Antônio de Cerqueira Leite (patente concedida pelo imperador D. Pedro II) era proprietário da fazenda Gamelão, no mesmo município, e membro da Igreja Presbiteriana de Brotas. Advogado militante no fórum de Brotas e muito respeitado pelos juízes e promotores da região, por uma questão de consciência, oferecia esclarecimentos aos negros sobre a sua nova condição de vida, providenciando a lavratura de documento competente do fórum para todos que o procuravam.
A reação dos fazendeiros, que não aceitavam a nova lei e não queriam perder a mão de obra barata dos escravos, voltou-se contra o major. Deram-lhe um ultimato para que abandonasse a campanha de esclarecimentos, sob pena de pagar com a própria vida caso continuasse.
A resposta do major veio de imediato aos seus ameaçadores:
“A minha consciência está acima de qualquer ameaça. Não desistirei desta empreitada!”
Seus antigos escravos, agora livres, continuaram a trabalhar em sua fazenda. Mesmo antes do decreto, eles já gozavam de relativa liberdade, e tinham um grande apreço pelo patrão e sua família.
Ao saberem do perigo que o major corria, eles se revezavam na guarda da sede da fazenda durante a noite, defendendo-a de possíveis ataques de bandidos contratados pelos fazendeiros.
Foi no caminho entre a cidade de Brotas e a fazenda Gamelão, por volta da meia-noite, que os algozes atacaram o major Remígio. Eram três os bandidos.
Remígio Antônio de Cerqueira Leite estava acompanhado de seu filho mais velho, o Remiginho, que se salvou milagrosamente de um ferimento a facada na cabeça e conseguiu matar um dos bandidos. O major recriminou a reação do filho e morreu ajoelhado, orando.
O corpo do major não pôde ser sepultado no cemitério municipal de Brotas, por causa de sua opção religiosa. O clero católico não permitia que os protestantes fossem sepultados no mesmo cemitério que os católicos. O prefeito da época destinou um terreno fora da cidade para que ele fosse sepultado.
A polícia local conseguiu prender os dois bandidos. Ficaram presos na cadeia da cidade por algum tempo e foram soltos (os mandantes do crime pagaram as fianças).
Mas não tiveram sorte na saída da prisão. Pararam numa fazenda para pedir alimentos para prosseguirem viagem. A fazenda era de uma sobrinha do major. Identificados pela família, foram abatidos pelos peões, quando andavam pela estrada.
Esta é a história do meu bisavô materno, que nasceu em São João de Jaguarí, MG, no dia 8/7/1836, e faleceu no município de Brotas no dia 13/7/1894. Era irmão do Rev. Antônio Pedro de Cerqueira Leite, pastor presbiteriano.
“Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”
Publicado na Revista Alvorada [n.54 jul/set/2008 p. 62] – Protestantismo, por Daltro Izidro dos Santos, coordenador nacional de adultos da IPI do Brasil, e presbítero da 1ª IPI de São Paulo, SP.
Spouses
Nasc Date16/9/1832
Nasc PlaceSilvianópolis, MG
Morte Date9/11/1904 Age: 72
Morte PlaceDois Córregos, SP
Notas
Apelidada Dona Bina.
Cas PlaceBrotas, SP
Family ID2410