Era pessoa de conhecida nobreza. Veio para São Vicente em 1545 e foi capitão-mor da capitania. Foi povoador de Santo André, onde em 1557 era almotacel, e ainda morava em 1560. Nesse ano, a sede da vila foi transferida para São Paulo, e ele para ali passou com os demais moradores, e foi durante quarenta anos o mais notável homem de governo entre os colonos de Piratininga. Além das funções que teria exerci do em cerca de dez anos desse período, de que o arquivo municipal já não tem documentação, teve as seguintes: almotacel em 1575; juiz ordinário em 1573, 1575, 1591 e 1597; vereador em 1562, 1578, 1580, 1582, de 1584 a 1587, 1589, 1590, 1595 e 1599; mamposteiro dos cativos, e por isso isento da almotaçaria, de 1580 em diante. Tinha, em 1560, capitaneado a entrada por Mogi, em que Anchieta foi língua [isto é, tradutor], e era capitão da vila em 1575. Em sua casa, quando era oficial da câmara e enquanto não houve casa do concelho, reuniam-se os edis em vereança. E foi nela que, em 1597, se fez ajuntamento dos homens bons para resolverem sobre o caminho do mar. Tinha fazenda da banda do Ibirapuera e por suas terras a câmara resolveu em 1593 abrir o novo caminho público, "mais direito que o primeiro". As últimas referências que lhe são feitas nas atas são de 1600. Jorge Moreira e sua mulher, Isabel Velho, tiveram muitos filhos (Silva Leme descobriu oito). Ele foi pai de, pelo men os, mais quatro, ou talvez mais seis filhos, possivelmente de um casamento anterior. Não se conhece a ascendência de Jorge Moreira.