Foi o primeiro de sua linhagem a usar o apelido (sobrenome) Pacheco.
Foi o quinto senhor de Ferreira de Ave, foi alcaide-mor da praça de Celorico da Beira, foi um rico-homem e muito estimado do rei D. Afonso III de Portugal (que reinou entre 1248-1279).
Conta-se a seguinte história (alguns consideram lenda), a respeito de Fernão:
Por conta de graves desentendimentos com a Igreja, o rei D. Sancho II de Portugal foi deposto em 1245 e refugiou-se em Toledo, no reino de Castela. A regência do reino de Portugal foi confiada a seu irmão Afonso (futuro Afonso III de Portugal), que nessa altura era por casamento Conde de Bolonha e conhecido como "o Bolonhês".
Fernão Rodrigues Pacheco, que era alcaide-mor do castelo de Celorico da Beira e fiel a D. Sancho II, recusou-se a entregar o castelo ao regente, embora este sujeitasse o castelo a um longo cerco durante o ano de 1246.
Quando já se começava a sentir fome no castelo de Celorico da Beira, o alcaide-mor Fernão, inabalável, pediu aos Céus uma solução que não implicasse a perda de sua honra. Foi então que notou nos ares uma águia, trazendo nas garras uma truta apanhada no rio Mondego. Ao esvoaçar por sobre o castelo a ave deixou cair a truta. Este acontecimento sugeriu ao alcaide-mor um estratagema. Mandou fazer pão com a última farinha que tinham e cozinhar a truta, enviando a refeição como presente ao príncipe-regente, acompanhada de uma mensagem, que dizia mais ou menos o seguinte: "Se por fome esperava tomar o castelo, veja se homens tão bem abastecidos de alimento teriam razão de entregar-lhe, contra sua honra, o castelo".
Impressionado, o regente mandou levantar o cerco. Mais tarde, sabendo que se tratou de uma artimanha, louvou a esperteza do alcaide-mor. Este, entretanto, permaneceu fiel até o falecimento do rei D. Sancho II, em 1248. Somente após a morte do rei, Fernão Rodrigues Pacheco entregou o castelo ao novo rei, D. Afonso III, e este escolheu Fernão para seu conselho, decerto pela admiração da atitude leal que o alcaide-mor demonstrou. De fato, em 1251, Fernão era conselheiro de D. Afonso III, que o cita entre os seus "ricos-homens e fidalgos".
Este acontecimento é recordado no brasão de armas de Celorico da Beira, exaltando a lealdade, o valor e a astúcia da vila.