Em 717, tornou-se “Maior Domus” [1] (mordomo ou prefeito do palácio) na Austrásia [2], cargo anteriormente ocupado por seu pai. Ele conquistou os saxões em 718 e os frísios em 719 quando capturou Utrecht. Ele conquistou os neustrianos, junto com seu aliado, o duque Eudes da Aquitânia, em 719. Ele libertou e reconheceu o rei merovíngio Chilperico II, tornando-se maior domus na Nêustria.
Carlos Martel é lembrado, principalmente, por haver derrotado os invasores muçulmanos, sob Abd-al-Rahman bin Abd Allah al-Ghafiqi [Governador da Andaluzia], em Moussais, perto de Poitiers, em 25 de outubro de 732. Essa vitória na batalha em Poitiers, também conhecida como batalha de Tours, é tradicionalmente considerada a ação decisiva que salvou a Europa do expansionismo muçulmano, que já havia conquistado a Península Ibérica. A partir de então não houve mais invasões muçulmanas nos territórios francos.
Ele estendeu sua autoridade a outras províncias francesas: em 736, Hunald, duque da Aquitânia, jurou lealdade a ele; entre 736-738, Carlos Martel subjugou a Borgonha e a Provença. Ele tomou as rédeas da totalidade dos reinos francos: Austrásia, Nêustria e Borgonha.
Em 737, ele impediu a nomeação de um sucessor após a morte do rei Teodorico IV, sinalizando o fim efetivo da monarquia merovíngia.
Embora celebrado como o líder do exército cristão que prevaleceu em Tours, em 732, Carlos Martel foi um verdadeiro gigante do início da Idade Média. Foi um general brilhante, em uma época privada desse talento, sendo considerado o pai da cavalaria pesada ocidental, das ordens de cavalaria e o fundador do chamado “Império Carolíngio” (que tem esse nome por causa dele, e não por causa de seu neto Carlos Magno).
Do Papa Gregório III (que exerceu seu pontificado entre 731-741) Carlos Martel recebeu o título de “Herói da Cristandade”.
No século IX, por causa de seus sucessos militares, Carlos recebeu a alcunha “Martel”, que significa “Carlos, o Martelo”.
O historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794) chamou-o de “o herói da época” e declarou: “A Cristandade... continuou... pelo gênio e boa sorte de um homem: Carlos Martel”.
Ele foi casado duas vezes, com geração de ambos os casamentos. Foi pai, também, de 3 filhos ilegítimos.
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[1] “Maior Domus” era o mordomo ou prefeito do palácio. Esse cargo era comum na Dinastia Merovíngia. Os reis desta dinastia eram considerados indolentes, preguiçosos; quem, de fato, governava era o Maior Domus.
[2] A Austrásia compreendia o nordeste da atual França e partes da atual Alemanha, Bélgica e Países Baixos. Era um reino sob o domínio da dinastia dos merovíngios. Sua capital era Metz, embora alguns de seus reis tivessem a corte em Reims. Por isso, ocorrem também os nomes Reino de Reims ou Reino de Metz.