Foi o segundo rei de Portugal, reinando de 1185 até sua morte. Apelidado "o Povoador", pois promoveu e apadrinhou o povoamento de muitos territórios pelo país, inclusive áreas remotas do reino.
Ao nascer, foi batizado com o nome de Martinho, em homenagem a um santo romano. Porém, após a morte de seu irmão mais velho, passando ele para a condição de príncipe-herdeiro e possível sucessor do pai, teve seu nome mudado para Sancho — um nome considerado mais "hispânico".
Em 1170 Sancho foi armado cavaleiro por seu pai. Nesse mesmo ano, o rei sofreu um acidente, passando o reino a ser governado por um conselho de regência durante o afastamento do rei devido à saúde. Nestes primeiros tempos de Portugal como país independente, muitos eram os inimigos da coroa, a começar pelo Reino de Leão que havia controlado Portugal até então. Para além do mais, a Igreja demorava em consagrar a independência de Portugal com a sua bênção. Para compensar estas falhas, Portugal procurou aliados dentro da Península Ibérica, em particular o reino de Aragão, um inimigo tradicional de Castela. Aragão foi o primeiro reino a reconhecer Portugal e um acordo foi firmado em 1174 pelo casamento de Sancho, então príncipe-herdeiro, com a infanta Dulce, irmã mais nova do rei Afonso II de Aragão.
Ainda durante esse período de regência, no ano de 1178, D. Sancho fez uma importante expedição contra os mouros, confrontando-os perto de Sevilha e do rio Guadalquivir, e ganhou a batalha. Com essa ação, afastou a possibilidade de que eles entrassem em território português.
Com a morte do pai, em 1185, tornou-se o segundo rei de Portugal, como D. Sancho I de Portugal. Foi coroado em Coimbra e manteve essa cidade como centro do reino.
D. Sancho deu por findas as guerras fronteiriças pela posse da Galiza e dedicou-se a guerrear contra os mouros localizados no sul. Ele dedicou muito do seu esforço governativo à organização política, administrativa e econômica do reino. Acumulou um tesouro real e incentivou a criação de indústrias, bem como a classe média de comerciantes e mercadores.
O rei é também lembrado pelo seu gosto pelas artes e literatura, tendo deixado ele próprio vários volumes com poemas.
O testamento de D. Sancho I feito em 1209 viria a provocar um conflito no reino, que já à sua morte atravessava um período de turbulência. Sancho deixou às filhas Mafalda, Teresa e Sancha (esta mais tarde beatificada), sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos. O seu filho e sucessor, Afonso II, recusava-se a cumprir o testamento pois ia contra a sua política inovadora de centralização régia (ele não aceitava que as irmãs usassem o título de rainhas), o que acabou arrastando o problema ao longo do seu reinado, marcado também por disputas nobiliárquicas entre facções que apoiavam ora o rei ora as infantas.
D. Sancho I e Dulce de Aragão tiveram 11 filhos. Ele teve ainda 9 filhos naturais com 3 diferentes mulheres.