Cognominado “Braço de Ferro”. Depois da morte do pai, Balduíno o sucedeu como guarda florestal e distinguiu-se como um guerreiro formidável, o que lhe valeu sua alcunha.
Em cerca de 861, durante uma estada na corte real da Frância Ocidental, em Senlis, Balduíno sequestrou a princesa Judite, filha do rei. Judite ainda não tinha vinte anos, mas já era viúva de dois reis de Wessex. Para cometer o rapto, Balduíno contou com a ajuda do irmão de Judite, o príncipe Luís, futuro rei Luís II “o Gago”. Seria amor ou cálculo político? Ainda assim, Judite parece tê-lo seguido voluntariamente, disfarçada. Balduíno casou-se com ela em segredo, em Harelbeke (Flandres Ocidental, na atual Bélgica). O casal, assustado com as consequências de sua decisão, refugiou-se com o primo de Judite, Luís II da Germânia “o Jovem”, enquanto Luís “o Gago” foi para a Bretanha. A excomunhão do casal foi pronunciada, mas Balduíno e Judite foram defender sua causa diante do Papa, que intercedeu por bastante tempo com o rei Carlos II, até que este finalmente se deixou convencer. Mesmo sem a presença do rei, o casamento foi solenemente ratificado em Auxerre. Carlos II “o Calvo” atribuiu a Balduíno a “marca (marquesado) da Flandres”. Balduíno passou a ser marquês ou conde da Flandres (863).
Balduíno se firmou como um defensor muito fiel e firme do rei Carlos II e desempenhou um papel importante nas guerras contínuas contra os víquingues. Durante sua vida, Balduíno expandiu seu território tornando-o um dos mais importantes principados da Frância Ocidental.
Depois da morte do rei Carlos II, em 877, o título condal se tornou hereditário na casa de Balduíno. A Flandres entrava na era feudal.